Estou sentando num café, ao lado da antiga entrada da Universidade de Salamanca. Penso na vida e no mundo, já que decidi ficar for a das rodas de conversa de americanos de brasileiros. Prefiro sentar num café, ler El País e pensar na vida e no mundo. Já estou a dois dias na cidade que me parece um dos melhores lugares para estudar da Europa. A Universidade de Salamanca é uma das mais antigas da Europa e surgiu como uma resposta a Sorbonne, Bologna e Oxford, que foram as primeiras respectivamente. Ao contrario de Oxford, que possui 39 universidades distintas, Salamanca possui apenas duas, a Pontificia e a Civica, que se encontram em um equilibrio perfeito entre as areas de excelencia.
O curso começou hoje, mas apenas com uma prova de nível, e amanha já começa pra valer. Parece ser um bom curso, tenho duas aulas diárias de espanhol, uma de história da espanha, uma de literature latino Americana e espanhola, e finalmente uma de cinema espanhol e latino Americano. Já liguei também para Anays, que se tudo der certo, será minha professora de Frances. Não a conheço ainda, mas seu anuncio dentre milhares nos telefones públicos da cidade.
Dei uma passada na faculdade de educação física, ainda sem idéia do que iria encontrar lá, e encontrei tudo. Cursos e viagens de montanhismo, bicicleta de montanha (sim, os espanhóis traduzem tudo) e tênis. Foram os que mais me interessaram. Mas amanha também começo a nadar e compro minha bicicleta. Encontrei uma italiana, usada, que me parece perfeita. Vamos ver.
Agora pouco um grito conjunto das americanas, ao descobrir que uma delas fala Frances. Que legal, foi o acontecimento do dia para elas. Como estou feliz que disse que não podia me juntar a elas porque escrevo estas palavras. Por último, mas não finalmente, ainda não tenho um lugar para ficar. Estou dividindo um albergue enorme com um dominicano e um musico espanhol. Achei um apartamento perfeito, dividido entre uma finlandesa e dois espanhóis, mas só terei a resposta final hoje a tarde.
O tom melancólico quanto as americanas é por conta do livro do desassossego de Bernardo Soares, heterônimo de Fernando Pessoa. Recomendo. Um recorrido por filosofia e teoria literária, nas palavras de um solitário bookeeper. Infelizmente estou lendo em inglês.